quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Jeferson Andrade nega utilização de combustível da AL em sua campanha

O deputado estadual eleito Jeferson Andrade, PDT, nega que tenha utilizado verbas da Assembleia Legislativa - AL - na sua campanha. Em ação movida pela Procuradoria Regional Eleitoral - PRE -, Jeferson, seu pai, o ex-deputado estadual Ulices Andrade, PDT, que era presidente da AL, e o ex-diretor da Casa, Marcos Sampaio, são acusados de utilizar combustível pago com dinheiro da Assembleia para abastecer os veículos de campanha do então deputado. Na semana passada, o Cinform revelou com exclusividade o andamento do processo.

Segundo a PRE, Ulices e Marcos também são acusados de pagar, através da Assembleia, matérias jornalísticas no Jornal do Sertão, que em várias reportagens fez clara defesa da candidatura de Jefferson. A Procuradoria Regional Eleitoral demonstrou que a AL, mediante pagamento à empresa Alcance Comunicação e Marketing, contratava veículos da imprensa para publicação de matérias de suposto interesse da Assembleia. Contudo, esses mesmos veículos de comunicação divulgavam entrevistas que promoviam Jeferson Andrade.
 
A PRE diz ter recebido denúncia sobre a utilização das verbas da AL na campanha do deputado eleito e a partir daí angariou provas que demonstram as irregularidades cometidas durante a campanha eleitoral deste ano, como ordens de abastecimento da AL, assinadas pelo então diretor da Casa e utilizadas por cabo eleitoral de Jefferson. Pelos documentos recolhidos na AL na semana antepassada há, de acordo com a Procuradoria, 'grande descontrole na utilização de combustível'.
 
"No dia 1º de outubro, às vésperas das eleições, por exemplo, ocorreram 52 abastecimentos pagos pela Assembleia ao Posto Presidente, número muito superior à média daquele mês, que era de 14 abastecimentos por dia", informa o release divulgado pela PRE, que afirma também que 'há ainda diversas ordens de abastecimentos utilizadas por particulares que sequer trabalham na Assembleia'.
 
'GRANDE INVERDADE'

"O que está acontecendo é uma grande inverdade. Isso não existe. Tudo ocorreu porque um radialista chamado Valter José, disse que estava trabalhando na campanha com a gente, o que não é verdade. Ele até plotou o carro. Como a gente não reconheceu que ele trabalhava para a campanha de Jeferson, começou a nos ameaçar. Ele queria R$ 5 mil, porque se não déssemos essa quantia, ele iria procurar a Procuradoria e inventar esta denúncia", explica Marcos Sampaio.
 
De acordo com ele, até o ex-deputado Bosco Costa, PDT, foi ameaçado por Valter José e, na defesa de Jeferson, Bosco figurará como testemunha. "Não teve abuso nenhum. Ulices Andrade não assinou nada. A Assembleia tem um controle muito rígido. Agora o que parece estar no processo é que este radialista diz ter abastecido com uma nota da Assembleia, o que ele precisará provar, porque ele não abasteceu", reforça Marcos.
 
CARROS PRO TRE

O ex-diretor da Assembleia explica ainda que o crescimento no abastecimento dos veículos da AL se deu por conta da solicitação do Tribunal Regional Eleitoral - TRE - de todos os carros para utilizar na eleição. "Em todo pleito, os órgãos públicos cedem seus veículos para transportar os juízes eleitorais no dia da eleição. Por causa disso, todos os carros foram abastecidos. Não foi pra campanha", justifica Marcos. De acordo com ele, 33 veículos foram cedidos. "Os carros trabalharam do dia 31 até o dia 4. Todos estavam abastecidos e com nota para novo abastecimento", completa.
 
Quanto ao material jornalístico publicado no Jornal do Sertão, Marcos Sampaio diz que não há favorecimento a Jeferson. "O patrocínio dado é para divulgação de reportagens da AL, e por coincidência Jeferson foi entrevistado pelo jornal, porque o Jornal do Sertão circula numa área onde ele tinha grande densidade eleitoral", afirma.
 
De acordo com Jeferson, o radialista Valter José será processado. "A gente ainda está analisando o processo, mas estou muito tranquilo. Isso é chato, porque desgasta o nosso nome, mas estou consciente de que não cometi nenhuma irregularidade", afirma Jeferson. Caso sejam condenados, Marcos Sampaio, Ulices e Jeferson poderão ser obrigados ao pagamento de multa de até R$ 106 mil para cada um. Jeferson poderá também ter o seu mandato cassado.
 
fonte:cinform

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