quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Falta de profissionais atrasa perícias no INSS em 26 dias


A dificuldade dos trabalhadores sergipanos que dependem da Previdência para se ausentar do trabalho por motivos de saúde está longe de acabar. Hoje o tempo médio de espera para conseguir uma perícia é de 26 dias. Isso porque o quadro de profissionais do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) possui um déficit de 15médicos.O mais agravante é que até o fim de 2012 ao menos seis peritos devem se aposentar. Em dois municípios, Itabaianinha e Poço Redondo, sequer há perito para atender, o que força os contribuintes a se deslocar à agências de outras cidades. Ainda assim, sem novas contratações,três agências serão inauguradas.

“A cada dia a situação fica mais insuportável. Antes mantínhamos um prazo de agendamento em torno de oito ou dez dias, hoje há agências que demoram de 30 a 40 dias para fazer uma perícia”, assumiu o chefe da Perícia Médica do INSS em Sergipe, Sérgio Souza Lopes, revelando que o prejuízo recai sobre os trabalhadores, que ficam mais tempo sem trabalhar e sem receber o benefício à espera da Previdência, e ainda reflete no próprio órgão que, mesmo não atestando a incapacidade temporária do segurado, terá de liberar o benefício compatível ao período em que ele ficou sem trabalhar.

Pela legislação brasileira, a primeira quinzena de afastamento deve ser bancada pela empresa em que o contribuinte trabalha. Depois desse tempo, se o segurado ainda não estiver em condições de retomar as funções, é preciso comprovar a incapacidade por meio de perícia para receber o benefício, a partir do 16º dia, que deve ser pago pelo INSS. O auxílio é medido pelos 12 últimos salários de contribuição do segurado, com um teto de até R$ 3,6mil. O problema é que a Previdência acaba sendo obrigada a pagar uma conta mais extensa devido à demora na marcação da perícia. 

O último concurso para contratação de perito foi realizado em 2010, quando apenas uma vaga foi ofertada e preenchida. Antes disso outro processo de seleção ocorreu em 2005. Em contrapartida, desde então oito peritos se aposentaram. Em 2011, até o fim de dezembro mais um médico deve se afastar pelo mesmo motivo e no próximo ano mais cinco também se aposentam. Hoje são 31 peritos trabalhando em dez das 12 agências espalhadas em Sergipe. Em outras duas não há peritos. “Nas unidades de Itabaianinha e Poço Redondo é feita apenas a marcação, mas as pessoas precisam procurar outras cidades para ter o serviço”, disse Sergio Lopes.

Ele informou que no dia 12 de fevereiro de 2012 haverá um novo concurso, mas será ofertada apenas uma vaga para a especialidade. Em todo paíssão 351. O número está aquém do necessário e a  situação tende a se agravar. “Quando o novo perito for contratado ele irá trabalhar em Poço Redondo, ou seja, ainda teremos Itabaiana com o quadro descoberto. Sem contar que três unidades novas serão abertas uma em Canindé do São Francisco, e as demais em Porto da Folha e Capela”, revelou o chefe de Perícia Médica do INSS em Sergipe, citando que as inaugurações não têm surtido efeito satisfatório. “É o mesmo que descobrir um santo para cobrir o outro. De que adianta abrir novas agências se não há peritos para trabalhar?”, questionou o representante do órgão federal.

O mesmo apontou que o problema é generalizado, atinge todo o país e que tem provocado a sobrecarga de trabalho dos peritos. Cada médico, por exemplo, chega a realiza 18 perícias, sem considerar que há mais procedimentos como análise de isenção, benefícios assistenciais e de processos.

“Temos lutado para amenizar a situação, esclarecendo a Secretaria do Planejamento em Brasília sobre a demanda, mas não somos contemplados assim como todos os Estados. A realidade é que sempre cresce o número de empresas e, consequentemente, a quantidade de trabalhadores. Por isso pedimos a somação e compreensão da sociedade para que percebam o motivo da dificuldade no atendimento”, considerou Sergio Lopes.
 com informações do jornal da cidade

Nenhum comentário:

Postar um comentário