segunda-feira, 16 de abril de 2012

Presos entregam carta de exigências



Presos tomaram área superior do presídio/ Foto: Allan de Carvalho (SSP)
A rebelião que teve início por volta das 13h deste domingo (15) no Complexo Penitenciário Advogado Antônio Jacinto Filho, no Bairro Santa Maria, na Zona Sul de Aracaju, varou a madruga e os mais de 100 familiares e três agentes penitenciários continuam sendo mantidos como refém. Ainda na noite de ontem os presos entregaram uma carta com suas exigências, dentre as quais, está a saída da atual diretoria do presídio.
Rostos cobertos tomaram o telhado no complexo na manhã desta segunda-feira (16) e paredes foram tomadas com faixas de reivindicações. Na noite de ontem sinais de fumaça foram vistos de fora da localidade depois que os presos atearam fogo em colchões.
Entre os principais pontos abordados na carta entregue para negociações estão, a quebra do abuso de autoridade que, segundo os presos os mesmos têm sofrido sessões de tortura, o aumento do horário de visita para das 8h às 16h e prioridade nos processos, pois, de acordo com os detentos, alguns prazos já estão inspirando.
Os presos alegam ainda que a revista dos familiares está sendo feita de maneira equivocada, já que mulheres e crianças passam por situações constrangedoras. Segundo uma das familiares de detento que se encontra sob vigília do lado de fora do complexo, a mesma sofre com as revistas. “Eles praticamente fazem um exame de toque tamanho é o constrangimento. Até cachorro eles colocam para revistar nossas partes íntimas. Isso não pode acontecer. Também temos nossos direitos”, bradou a mulher grávida.
De acordo com o advogado dos detentos, o qual foi chamado para intermediar as negociações, os presos pedem apenas medidas para melhorar as condições de convivência no complexo. “Eles acreditam que a atual diretoria não tem cumprido com os direitos humanos, já que os presos alegam tortura e maus tratos dentro da penitenciária”, destacou o advogado.
Equipes da Companhia de Radiopatrulha (RP) e Policiamento de Trânsito (CPtran), Grupamento Tático Aéreo (GTA), e Corpo de Bombeiros permanecem posicionadas em frente ao complexo.
Terceirização
A rebelião dos presos tem como destaque a afirmação de tortura. Hoje, após terceirização, o complexo é administrado pela empresa Reviver, sendo que o governo paga uma quantia de cerca de R$2 mil por cada detento. A penitenciária abriga atualmente 476 presos.
As reivindicações do rebelados dizem respeito às condições físicas e também aos maus tratos denunciados por eles. No complexo, todos os detentos são colocados em pavilhões conjuntos, ou seja, são misturados condenados de alta periculosidade com os de baixa.
Negociações
Após a entrega da carta, as negociações continuam. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), as exigências foram entregues ao capitão da Policia Militar, Marcos Carvalho, especializado em gerenciamento de crises, ao secretário da Justiça de Sergipe, Benedito Figueiredo e ao promotor da 7ª vara criminal, Luiz Claudio Almeida Santos.
Colaboradores e servidores da Sejuc passaram informações para parentes dos internos, que se reuniram na frente da unidade prisional para acompanhar o desfecho da rebelião.
 COM INFORMAÇÕES DO JORNAL DA CIDADE

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