quarta-feira, 30 de abril de 2014

1º de Maio sem corporativismo: CUT/SE cobra direito à verdade sobre Ditadura, Reforma Política, Tributária e Sindical

No Dia Internacional do Trabalhador, 1º de maio, quinta-feira, lideranças sindicais, movimentos sociais e trabalhadores filiados à Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE) se reúnem nos arcos da Orla de Atalaia, em Aracaju, a partir das 8h, para a construção do ato `1º de Maio sem corporativismo´. Contra o sindicalismo `voltado para o próprio umbigo´ e sem força para efetuar qualquer mudança social, o presidente da central sindical, Rubens Marques, defendeu prioridade às pautas comuns entre diferentes categorias, que sejam capazes de melhorar a vida de todas as trabalhadoras e trabalhadores brasileiros.

“Então a pauta coletiva, abrangente, que não está restrita a uma categoria, mas busca a mudança social em favor de todos os trabalhadores e trabalhadoras, esta sim é a pauta sindical que a CUT/SE defende”, explicou.

Reforma sindical, reforma tributária e reforma com a consequente democratização da comunicação são tópicos que interferem diretamente na vida dos trabalhadores brasileiros e não podem passar despercebidos. As grandes fortunas não podem ser tributadas da mesma forma que o trabalhador de renda média. Os trabalhadores vão lutar por uma tributação justa.
 
Entre as bandeiras levantadas pela CUT também estão a redução da jornada de trabalho para 40 horas, sem redução de salário; fim do fator previdenciário e valorização das aposentadorias; defesa da política de valorização do salário mínimo; reforma agrária; 10% do PIB para a Educação Pública e Aplicação da lei do Piso salarial Nacional do Magistério; Fim do Assédio Moral; 10% do Orçamento da União para a Saúde; combate ao projeto de Lei 4330 – Terceirização; democratização dos meios de comunicação; Igualdade de oportunidades entre mulheres e homens; fortalecimento do Setor Elétrico e do Petróleo; valorização dos Serviços Públicos e apoio aos servidores públicos estaduais.
 
O ano de 2014 também foi marcado por manifestações que cobram o direito à verdade e a memória sobre a Ditadura Militar no Brasil. O presidente da CUT/SE recordou que durante a Ditadura os sindicatos foram fechados ou sofreram intervenção, sindicalistas foram mortos, torturados, exilados... “O sindicalista de hoje que não toma como sua a luta pelo direito à verdade sobre a Ditadura Militar não é um dirigente cutista, porque esta é uma luta que fundou a CUT lá em 1983, portanto é uma pauta cutista permanente”, afirmou.
 
Os projetos de resolução e de lei que solicitam a instalação da Comissão da Verdade, a retirada dos nomes de ditadores de prédios públicos, e a devolução simbólica dos mandatos de políticos cassados pela Ditadura Militar, todos de autoria da deputada estadual Ana Lúcia (PT), estão engavetados por falta de vontade política em mexer no assunto. Enquanto isso, em todo o Brasil, são desvendados os crimes da Ditadura. Diante deste cenário, o movimento social de Sergipe vai às ruas para cobrar o direito à Justiça e à verdade sobre a Ditadura Militar.
 
Reforma política
 
A luta pela reforma política também é outra pauta urgente que será priorizada no ato do 1º de Maio em Sergipe, pois a aprovação do plebiscito para a reforma política é um passo essencial para fazer avançar a luta do trabalhador que depende de mais espaço na política e melhor representatividade na defesa de seus interesses. O modelo de campanha política atrelada ao capital, diretamente, limita a participação popular, portanto mais de 160 entidades estão engajadas nesta luta e se aprofundarão no assunto através da plenária nacional, realizada nos dias 16 e 17 de maio, na Praça da República, em São Paulo.
 
Um dos principais pontos dessa reforma será a proibição de que banqueiros e empresários deem dinheiro para a eleição de presidentes, senadores, deputados, prefeitos, vereadores.
 
Só essa mudança já faria uma grande diferença. Mas não basta. O sistema político precisa de mais. É preciso maior participação popular, transparência, controle do povo sobre o poder político, melhor uso do dinheiro público, entre outras coisas.
 
Para discutir o que precisa ser transformado, os movimentos populares estão chamando um plebiscito que vai acontecer entre os dias 1º e 7 de setembro, a Semana da Pátria. A pergunta que será feita às pessoas será: “Você é favorável a uma Assembleia Constituinte e Soberana do Sistema Político?”. Se a maior parte das pessoas disser sim, abre-se o processo. Os organizadores estimam que de 10 milhões a 15 milhões vão participar. Haverá postos de votação em várias cidades.
 
Com essas assinaturas, a reivindicação chegará ao Congresso. E não serão deputados e senadores comuns que vão compor a Assembleia – por isso é chamada de exclusiva. O povo vai escolher parlamentares que terão a responsabilidade única de elaborar a reforma. Assim que aprovada, a Assembleia vai debater as mudanças, com o povo acompanhando e pressionando.
A diretoria da CUT em Sergipe aposta que este é o único caminho para que os interesses dos grandes empresários, da bancada ruralista e do grande capital não continuem sendo priorizados em detrimento das reformas sociais urgentes e necessárias à maioria dos brasileiros. 
CUT-SE

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