domingo, 2 de setembro de 2012

Carlos Britto prepara 'em segredo' candidatura ao Senado


Relator da Ação Penal 470, Joaquim Barbosa já vinha sendo aplaudido em restaurantes desde que aceitou a primeira denúncia sobre o mensalão, oferecida pelo ex-procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza. Na sexta-feira, na posse do novopresidente do Superior Tribunal de Justiça, Félix Fischer, foi chamado de herói pelo público ali presente. Humilde ao menos na aparência, ele disse ser apenas um “barnabé”, um servidor público cumpridor das suas obrigações.
Mineiro de Paracatu, Joaquim Barbosa fez carreira no Ministério Público, estudou em Paris e chegou ao Supremo Tribunal Federal por indicação do ex-presidente Lula. É, sem sombra de dúvida, o símbolo maior da transformação que está em curso no Poder Judiciário no Brasil. Uma mudança que tem, no julgamento da Ação Penal 470, um divisor de águas. Com as decisões até agora tomadas, o STF se torna certamente mais popular e menos “garantista” – um termo usado por advogados e juristas para definir a corte como o último refúgio dos direitos individuais previstos na Constituição Federal.
Se o filme vier a terminar com prisões de políticos graúdos, como José Dirceu, e empresários, como Kátia Rabello, do Banco Rural, e Marcos Valério de Souza, da agência DNA, Joaquim Barbosa será, certamente, uma das figuras mais populares do País – e, durante certo período de tempo, mais louvadas pelos meios de comunicação.
Terá, portanto, uma plataforma pronta para se lançar a um eventual projeto político. Rumores sobre suas ambições proliferam aos montes, em Brasília. O que Joaquim Barbosa prontamente negará. Mas um de seus colegas, Carlos Ayres Britto, que compete com ele pelo protagonismo no julgamento, já prepara, em segredo, uma candidatura ao Senado Federal por Sergipe, seu estado natal.


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