domingo, 22 de agosto de 2010

Polícia teria comunicado ao TJSE que havia uma lista de marcados para morrer


Fonte:Arquivo Floro Calheiros (Fonte:Atalaia Agora )
 

A informação partiu do radialista e suplente de deputado estadual Gilmar Carvalho, que afirma integrar a lista e disse ter sido ameaçado pelo agiota Floro Calheiros após denunciá-lo várias vezes no seu programa. Apontado pelo governador Marcelo Déda (PT) como principal suspeito do atentado, Calheiros está foragido e responde a dois processos por homicídio no estado, além de ter sido condenado em um terceiro por crime eleitoral.

Gilmar Carvalho disse que foi chamado em 2009 para uma conversa com o secretário estadual de Segurança Pública, João Eloy. "Ele me disse pra reforçar a segurança porque o setor de inteligência da polícia detectou que Floro estaria na região e que existia uma relação de cinco pessoas que estavam correndo risco", disse o radialista, acrescentando que desembargador estava na lista. "O secretário me disse à época que já havia comunicado o fato ao presidente do Tribunal de Justiça de Sergipe, Roberto Porto, para que ele tomasse as providências", relatou.

Após a emboscada, Mendonça comentou que sabia dos "rumores" sobre a lista, que tinha também o nome do radialista e da juíza Iolanda Guimarães, que acatou denúncia do Ministério Público contra Floro Calheiros em dois processos por homicídio.

Iolanda Guimarães, hoje desembargadora substituta, disse que não acredita nisso. "Nunca recebi ameaça e nunca me senti ameaçada. Tenho dois processos em que Calheiros é acusado e tive a oportunidade de estar com ele várias vezes. Nas audiências, até a família dele e a imprensa participavam e nunca teve problema", disse.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública de Sergipe confirma parcialmente a informação do radialista. O órgão identificou que "pessoas" queriam executar Carvalho, mas negou ter sido avisado sobre ameaça a Mendonça. A Polícia Civil garante que continua considerando todas as hipóteses para a emboscada e que Calheiros não pode ser considerado o principal suspeito, já que a investigação está no início.

Em Brasília, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, afirmou que o atentado resultará em mudanças na segurança no Judiciário. "O 18 de agosto, para a magistratura, corresponde ao simbolismo e à consequência do 11 de Setembro".

Investigação paralela

Trabalhando em sigilo para descobrir os responsáveis pela emboscada ao presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE-SE), Luiz Mendonça, a Polícia Civil vem tentando esconder um certo desconforto institucional após a entrada da Polícia Federal (PF) no caso. Ao contrário do que vem sendo informado pelas autoridades policiais locais, a PF não vai participar apenas como colaboradora da investigação. A superintendência do órgão federal em Sergipe confirmou que um inquérito paralelo já foi instaurado a pedido do Ministério Público Federal (MPF).

O delegado federal Marcos Soares Custódio, que representa a PF em Sergipe, disse que a investigação já está em andamento e que o inquérito vem sendo conduzido pelo Delinst (Departamento de Combate aos Delitos Institucionais da PF). "Na medida em que o desembargador ocupa o cargo de presidente do TRE, isso configura crime federal". O superintendente da Polícia Civil sergipana, delegado João Batista, disse há dois dias que o inquérito seria conduzido pelo órgão estadual e que a PF iria colaborar nas perícias e em outras atividades técnicas.presidente do órgão.

Fonte: Diário de Pernambuco

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