terça-feira, 31 de agosto de 2010

ENTIDADES REALIZAM ATO POR LIMITE TERRAS

A partir desta segunda-feira (30), e hoje, 31 de agosto, as entidades, organizações e pastorais sociais que articulam por todo o Brasil o Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra, que ocorrerá de 01 a 07 de setembro, entram em contagem regressiva para ganhar as ruas e saber se a população concorda ou não com a permanência dos latifúndios no Brasil. Nesta reta final, o Comitê Estadual de Sergipe deu continuidade às suas atividades de formação e divulgação do evento. Hoje, segunda-feira, 30 de agosto, as entidades realizaram um Ato Público em frente ao Palácio Olímpio Campos, na Praça Fausto Cardoso, com panfletagem e diálogo direto com a população.

Para a representante da Organização Consulta Popular, Paola Castro, A atividade procurou discutir, entre outros assuntos, o plebiscito como um direito democrático do povo, além de temas como a soberania alimentar e a regularização fundiária.

"A idéia da campanha é mostrar que a luta pela reforma agrária, a luta pelo limite da propriedade da terra não é uma luta só dos trabalhadores do campo. Muitas das famílias que estão concentradas na periferia, muitos dos desempregados, muita gente que hoje está na cidade sem condições dignas de sobrevivência, têm sua origem no campo. As pessoas precisam tomar consciência de toda essa estrutura. Outra questão importante é o modelo de agricultura. Que tipo de agricultura produz alimentos saudáveis, quem é que produz o alimento que está na mesa de todos os brasileiros? Pois é, sem terra os trabalhadores não podem produzir. E se eles não produzem, a população da cidade não vai ter alimento saudável para comer", esclareceu Paola.

Além da Organização Consulta Popular, fazem parte do Comitê Estadual do Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra a Central Única dos Trabalhadores de Sergipe (CUT/SE), A Federação dos Trabalhadores da Agricultura (FETASE), o Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), as Pastorais Sociais, dentre outras entidades. Para o vice-presidente da CUT/SE, Cristiano Cabral, trazer a questão da concentração de terras no Brasil para o debate da sociedade é um grande passo para a democracia. "Como essa uma questão histórica, o limite da propriedade é uma das formas de promover a reforma agrária, de distribuir riquezas, de estar produzindo alimentos saudáveis para os próprios brasileiros, e de estar colocando em pauta a questão do limite da propriedade e da reforma agrária", afirmou.

Esquentando os motores para o Plebiscito Popular

A proposta do Plebiscito visa pressionar o Congresso Nacional para que seja incluído na Constituição Federal um novo inciso que limite o tamanho da terra em  até 35 módulos fiscais - medida sugerida pela campanha do FNRA. Áreas acima de 35 módulos seriam incorporadas automaticamente ao patrimônio público e destinadas à Reforma Agrária. Caso a proposta seja aprovada, mais de 50 mil grandes propriedades de terra seriam atingidas no país. Só no estado de Pernambuco, seriam cerca de 1.120 latifúndios, o que significa dizer que aproximadamente um terço das terras no estado seriam democratizadas, ampliando a produção no campo. No estado de Alagoas e do Rio Grande do Norte, também teriam um terço de suas terras democratizadas.

O Plebiscito que se realizará de 01 a 07 de setembro, além de consultar a população sobre a necessidade de se estabelecer um limite máximo a propriedade da terra, tem a tarefa de ser, fundamentalmente, um importante processo pedagógico de formação e conscientização do povo brasileiro sobre a realidade agrária do nosso país e de debater sobre qual Projeto defendemos para o povo brasileiro.

Assessoria de Comunicação

Central Única dos Trabalhadores de Sergipe (CUT/SE)

 

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